Disco: "Adulthood", CocknBullKid

CocknBullKid
British/Pop/Female Vocalists
http://www.myspace.com/cocknbullkid

 

Por: Cleber Facchi

Desde que Lily Allen lançou seu divertido Alright Still em 2006 que ficar atento as novidades do pop britânico – desde que escapem do repetitivo e desgastado trançar de referências da soul music – se tornou uma atividade deveras interessante. Foi assim com o Noisettes em 2007, Little Boots e o Florence + The Machine em 2009, e mais recentemente com Katy B, ao unir pop com dubstep. Agora, trazendo todas essas referências que compreendem a música pop no velho continente, somado a certo toque de excentricidade e um visual carregado de referências regionais, Anita Blay (ou como se apresenta CocknBullKid) faz de seu álbum de estreia um disco repleto de frescor e novidade, sendo um prato cheio aos não iniciados nesse tipo de música.

Como tradicional da imprensa britânica, antes mesmo do trabalho estrear rótulos como “a coisa mais interessante a surgir em Londres desde os Klaxons” já pintavam por aí. Um erro, afinal, Klaxons nunca foi muita coisa mesmo (haters gonna hate). Isso sem mencionar a busca por comparações ao som proposto pela jovem de origem ganesa, indo de citações à Neneh Cherry, Morrissey, Kate Bush e M.I.A. até Missy Elliot, seguindo por uma extensa lista. Embora semelhanças sejam sim encontradas a música de Blay segue por uma linha paralela, muito distinta.

Quem se depara com o visual da britânica – quase sempre rodeada de cores e roupas extravagantes – já deve imaginar: mais um disco de alguma nova diva da soul music, fazendo aquele vozeirão no melhor estilo Billy Holiday. Ledo engano. É na suavidade e no toque açucarado de sua voz que a londrina fisga os ouvintes. Adulthood (2011), trabalho de estreia da cantora (que levou quase cinco anos para ser finalizado) nada mais é do que um bom disco de música pop, porém, ao contrário de certos lançamentos por aí há carisma, novidade e muito da própria Blay dentro dele. O resultado escapa do básico, se desvencilha do descartável e é feito para durar.

A estreia do CocknBullKid é como um gigantesco caldeirão, daqueles artesanais, feitos de barro mesmo, onde Anita despeja seus mais variados caldos, temperos e múltiplos tipos de condimentos. Dos anos 80 e 90 surgem doses relevantes de música pop e eletrônica, da década de 1970 vem a soul music, alguns toques de hip-hop, um pouco de R&B, um mínimo de excentricidade no “sabor” Björk, vários “pedaços” da cultura africana e uma pitadinha da plasticidade pop contemporânea. Para finalizar, Blay serve tudo em pratos coloridos de fabricação sul-americana, sempre adornados por pinturas remetendo à Frida Khalo. Ao ouvinte resta saborear, afinal, a satisfação é garantida.

Adulthood é um destes trabalhos que cercam o ouvinte por todos os lados, logo em uma primeira audição. A calmaria da homônima faixa de abertura vai invadindo os ouvidos e sem perceber já passamos da primeira para os segundos finais do álbum. Entretanto, antes é possível se entregar a alguns claros destaques. Hold On To Your Misery soa como uma dessas composições do indie pop, lembrando Of Montreal ou um Architecture In Helsinki. Mexico (uma das melhores) expõem todo o regionalismo de Blay, um oposto de One Eye Closed que demonstra o lado “rock” do álbum, enquanto Yellow deve garantir a participação da artista em um bom número de rádios ou canais de televisão.

Ouvir essa estreia do CocknBullKid é um convite a deletar muitas coisas consideradas interessantes da música inglesa que foram se acumulando com o tempo, além de simplesmente renegar a existência de outras. A funcionalidade do álbum convida o ouvinte a integrar momentos de comoção, alívio, dança, diversão e desabafo, além de outras mais sensações que vão se evidenciando no desenrolar do álbum. Esqueça Jessie J ou outras artistas descartáveis do velho continente e se deixe guiar pela pluralidade sonora entregue por Anita Blay.

Adulthood (2011)

Nota: 8.0
Para que gosta de: Florence + The Machine, Marina and The Diamonds e Oh Land
Ouça: Asthma Attack

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Leia aqui uma entrevista exclusiva feita pelo Ale Cartier para a segunda edição da Freak! mag

Panda Bear: "Slow Motion"

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Depois do excêntrico clipe de Alsatian Darn, Noah Lennox e seu Panda Bear voltam com mais um vídeo de pura bizarrice e psicodelia. Dessa vez é Slow Motion, uma das melhores canções do último álbum de Lennox – Tomboy (2011) – a ganhar clipe. Cruzando imagens de uma apresentação ao vivo com outros registros em vídeo variados (com direito até a alguém fantasiado de panda), a faixa mostra exatamente o que é encontrado dentro dos trabalhos do músico: uma grande sobreposição de formas e texturas estranhas, mas que tanto aprendemos a adorar.


Disco: "Um Futuro Inteiro", Bonifrate

Bonifrate
Brazilian/Psychedelic/Folk
http://www.myspace.com/bonifrate

 

Por: Cleber Facchi

Aproveitando as férias de sua banda oficial, o Supercordas, o músico carioca Pedro Bonifrate mostra que os quase cinco anos que o afastam de seu antigo registro solo trouxeram amplas melhorias ao seu trabalho. O aspecto totalmente caseiro de Os anões da Villa do Magma (2007) ainda se mantém presente em Um Futuro Inteiro (2011), dessa vez com o músico reproduzindo um tipo de som ainda mais místico, viajado e de fortes tendências ao rock rural da década de 1970. Sejam bem vindos a um mundo de sonhos, cidades nas nuvens, amores, demônios e viagens intergaláticas. Bem vindos ao mundo mágico do Bonifrate.

Um jardim, este parecia ser o limite encontrado pelo músico para dar vida às histórias fantásticas em seu primeiro disco. Anões, o coaxar dos sapos, seres mágicos, folhas caídas, espaços esverdeados, cogumelos, insetos e toda uma aura reducionista se abatia no álbum de 2007. O concentrado de pequenos seres e experiências era o que dava vida a faixas como Estudo Rural em Ré Maior, Minha Casa Orgânica ou a “trilogia” dos anões, algo bem diferente do que é revelado no recente álbum, com Bonifrate dizendo adeus ao seu limitado território e rumando para novas e ainda maiores experiências.

Havia em Os anões da Villa do Magma o que soava como uma continuação do trabalho do carioca no Supercordas. O efeito causado pelo álbum Seres Verdes ao Redor de 2006 (um dos mais incríveis registros da história recente do rock nacional) transparecia suas fortes marcas na carreira solo do músico, que ainda se mantinha confortavelmente instalado na climatização bucólica e orgânica de sua banda, o que de forma alguma se revela como um problema, já que os dois álbuns se completam. Porém, dessa vez os rumos são outros, com o músico caindo no mundo, buscando por novas viagens e novas possibilidades de fazer música.

O reduzido espaço em miniatura agora dá lugar a um universo de proporções grandiosas, embora Bonifrate ainda se mantenha reduzido, observando tudo de longe, como se a cada nova constatação desse mundo novo outras composições brotassem em suas mãos. A jornada tem início de forma bem específica, com o músico pegando carona em Esse Trem Não Improvisa, reafirmando essa busca por novos ares através de trechos como “Um par de pés sempre me levou pr’onde for/ Agora bem serviria um artefato voador”.

Dos ritmos oriundos de seu pequeno jardim, a sonoridade expressa vinha através do parco uso de violões, algumas guitarras, efeitos e um toque quase intimista, algo totalmente distante em sua nova fase. A grandiosidade chega representada em canções como A farsa do Futuro enquanto Agora, com o cantor afundado em teclados, bateria, um pequeno naipe de metais e todo um leque de múltiplas opções. Se antes a psicodelia vinha em doses, agora ela vem em cargas, sempre esvoaçadas, carregando sons flutuantes, que circundam o ouvinte e o transportam para terrenos distantes, tão distantes quanto aqueles explorados dentro das composições do disco.

Após o retorno da alagoana Mopho com seu terceiro (e ótimo) trabalho de estúdio, o lançamento de  Um Futuro inteiro com suas reverberações suaves e lisérgicas vem como um verdadeiro presente aos amantes do rock psicodélico. Entretanto, inverso a temática madura do grupo de Maceió, o novo trabalho solo de Bonifrate nos guia por entre seu universo fantasioso, repleto de formas retorcidas, místicas e até bem reais em alguns momentos. Um álbum que nos permite se desligar do mundo, mesmo que momentaneamente.

Um Futuro Inteiro (2011)

 

Nota: 8.5
Para quem gosta de: Supercordas, Mopho e Cérebro Eletrônico
Ouça: A Farsa do Futuro Enquanto Agora

Gruff Rhys: "Honey All Over"

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Não seria nem um pouco estranho nomear Honey All Over, novo clipe do britânico Gruff Rhys como um dos vídeos mais excêntricos de 2011. Retirada do álbum Hotel Shampoo (2011), mais recente lançamento de Rhyss, a canção entrega seu interprete como uma espécie de “Rei do Mel”, coordenando sua própria, sociedade secreta do mel, rodeado de garotas de vestes negras, com colmeias tatuadas em seus corpos. De uma sátira a Santa Ceia até um batismo com mel, tudo é possível no novo clipe do também líder Super Furry Animals.

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Experimente: Hidrocor

Por: Cleber Facchi

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Sabe aquela banda ou artista que algum amigo seu indica, e sem razões aparentes deixamos empoeirar em alguma pasta obscura do computador, até que um dia, ao acaso acabamos ouvindo e somos levados ao delírio, nos perguntando “como não ouvi isso antes?”. Pois assim foi com a paulistana Hidrocor, com a qual me deparei há alguns anos por indicação de uma amiga e que após algumas curtas audições me levaram a perguntar “como não ouvi isso antes?”. Formada pela dupla Marcelo Perdido (Voz e Violão) e Rodrigo Caldas (Bateria), o projeto tomado de climatizações acústicas e pendências ao lo-fi parece ter viajado dos anos 90 para cá através de alguma fita K-7 esquecida no baú de algum adolescente.

Prestes a lançarem seu primeiro álbum de estúdio – denominado Edifício Bambi – a dupla já deixa algumas amostras do que veremos em seu trabalho completo, como a melancólica faixa que dá nome ao disco e a graciosa Listras e Xadrez (minha predileta). Além das faixas que fazem parte da estreia do duo é possível encontrar através da pagina da dupla no Trama Virtual algumas canções mais antigas e bem mais rebuscadas. Fazem parte desse grupo Tchu Tchu Tchu e a adocicada Urso Bipolar.

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Dirty Beaches: "Speedway King"

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Se existe um álbum que merece todas as atenções em 2011, este é Badlands do Dirty Beaches. Unindo rockabilly, garage rock, psicodelia e muita sujeira, Alex Hungtai (que comanda o projeto) deu formas a um dos discos mais inventivos do ano. Dando continuidade a divulgação do trabalho, o músico lança agora o clipe de Speedway King, faixa de abertura do disco e que chega repleta de imagens em preto e branco exibindo um parque de diversões, fogos de artifícios e, claro, mulheres nuas.


Disco: "Whatever's On Your Mind", Gomez

Gomez
Britpop/Alternative/Rock
http://www.gomeztheband.com/

 

Por: Fernanda Blammer

Em 1996 quando os britânicos do Gomez fizeram seu primeiro show (na época a banda ainda nem tinha nome), o Reino Unido como um todo estava tomado pela grande guerra do britpop, alavancada principalmente por Blur e Oasis. A carência por novos artistas do gênero fez com que algumas séries de shows pela Inglaterra e um público participativo dessem em 1998 ao grupo de Southport um contrato com o selo Hut Records (morada de Richard Ashcroft, Placebo, entre outros) e consequentemente seu primeiro trabalho de estúdio. Mais de uma década depois, o quinteto inglês segue na construção do mesmo som que os apresentou ao mundo (ou parte dele), alcançando em Whatever’s On Your Mind (2011) seu sétimo álbum oficial.

Quem vem acompanhando a banda – Ian Ball, Ben Ottewell, Tom Gray, Paul Blackburn e Olly Peacock –  desde seu debut e se interessa pela mesma sonoridade lançada pelo britpop ao longo da década de 1990 encontrará neste novo álbum 10 canções do puro rock britânico. Guitarras densas, esbanjando certa sofisticação, uma pequena predisposição à psicodelia, teclados e pianos pomposos são algumas das marcas do recente álbum da Gomez.

Options, I Will Take You There, A Place and The People e Just As Lost As You são exemplos do que o quinteto inglês traz em seu sétimo lançamento. Claramente, o álbum se destaca por não percorrer o mesmo caminho deixado pela última bolacha da banda, A New Tide (2009), um dos piores ou o pior disco já lançado pelo grupo em toda sua carreira, álbum que não se salva nem com a presença de Brian Deck (que já trabalhou com Modest Mouse e Iron and Wine) em sua produção. Entretanto, mesmo bem produzido e instrumentalmente agradável, quem busca por novidade deve passar longe de Whatever’s On Your Mind.

O álbum todo parece construído para agradar o nostálgico grupo de ouvintes que ainda não constataram um mínimo padrão no que vem se desenvolvendo no rock britânico das últimas duas décadas. Nada do que é proposto pelo Gomez em seu recente trabalho soa de forma inédita ou traz o perfume de algo novo. As guitarras, a bateria, teclados até os vocais de Ian Ball e suas letras parecem exatamente as mesmas de quando a banda lançou seu primeiro álbum há bons anos. Mesmo que as guitarras de Ben Ottewell e os sintetizadores de Tom Gray tentem a todo momento escapar da burocracia redundante que habita o disco, um resultado básico é o que prevalece.

Os momentos menos tediosos do álbum estão justamente nos pontos em em que a banda parte para a exploração de novos tipos de som, como em That Wolf, em que a bateria de Olly Peacock dita as regras para que as teclas de Gray ganhem destaque. Ao mesmo tempo em que a faixa propõem novas regras ao trabalho dos britânicos, esta é a ocasião que o álbum atinge seu momento mais pop e divertido de todo o disco, esquivando-se do condensado em sons sonolentos que acabam expostos no restante do álbum.

Em outras faixas próximas ao fim do álbum, X-Ray e Equalize especificamente, a banda encontra esse mesmo tipo de som, mais dinâmico, nada arrastado e ainda melhor do que qualquer outra coisa que tenham desenvolvido  em seus último trabalhos. É possível afirmar que  Whatever’s On Your Mind torna-se um álbum muito mais agradável quando apreciado de traz para frente do que em sua ordem “correta”. Talvez seja bem isso que os músicos da Gomez precisem, inverter sua própria lógica para transformarem sua musicalidade há muito desgastada.

 

Whatever’s On Your Mind (2011)

 

Nota: 5.0
Para quem gosta de: Ian Ball, Doves e Elbow
Ouça: That Wolf

Kanye West: "Monster"

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Todas querem e morrem por Kanye West em seu novo clipe: Monster. A faixa retirada da obra-prima My Beautiful Dark Twisted Fantasy (2010) logo em sua abertura mostra algumas mulheres mortas e um clima totalmente sombrio. Além de West (que surge adorado ao longo do clipe), os rappers Nicki Minaj e Jay-Z são algumas das presenças que compõem a “polêmica” e obscura faixa.

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Disco: "Shangir-La", YACHT

YACHT
Electronic/Experimental/Dance
http://teamyacht.com/

 

Por: Cleber Facchi

Com o fim do LCD Soundsystem (por favor James Murphy, volte!) abrem-se as portas para que um possível nome assuma o título de grande rei da eletrônica contemporânea. Embora (por enquanto) ninguém seja capaz de suprir a gigantesca lacuna deixada pelo projeto nova-iorquino, alguns produtores, bandas e mais variados projetos partem para a briga, lançando trabalhos que visem posicioná-los no topo das paradas e das pistas de dança. Com Shangi-La (2011), a dupla YACHT entra de vez na luta, apresentando um álbum ainda mais pop e viciante que seus anteriores trabalhos.

Se ao lançarem See Mistery Lights em 2009, o duo Jona Bechtolt e Claire L. Evans alcançava o que parecia ser seu ápice, com o novo álbum – quinto registro da carreira da banda, que começou suas atvidades em 2002 – a dupla mostra que ainda é cedo demais para definir limites aos seus trabalhos. Menos experimental e ainda mais fácil de ser absorvido, o novo álbum se concentra na já tradicional fórmula da banda de Portland, Oregon, explorando composições que unem o orgânico e o sintético em uma única linhagem.

Ao contrário do que o trabalho anterior apontava, neste quinto disco a dupla se afasta do que poderia ser um lançamento excessivamente grandioso, dando origem a um álbum que embora se apresente em um formato poderoso, mantém-se como um registro despojado e até simplista em certos momentos. Quando Dystopia, primeiro single do disco saiu em meados de março, os ouvintes do Yacht tiveram uma boa noção do que o álbum novo preparava. Vocais pegajosos, sintetizadores chiclete e uma climatização propensa às pistas, ou seja, tudo aquilo que o duo norte-americano sempre soube fazer, porém de maneira ainda mais dinâmica e divertida.

Quem imaginava que aquele fosse o grande arrasa-quarteirões do novo álbum terá em Shangi-La uma sequência de canções surpreendentes. Para abrir o novo disco com a faixa Dystopia, a dupla se adorna de uma sequência de guitarras e uma percussão carregada de elementos regionais. A veia Dance Punk que já era encontrada nos primeiros álbuns da dupla volta a aparecer, expondo-se de forma ainda mais intensa. Tal tendência é apresentada com empenho em I Walked Alone, disparada uma das melhores do novo disco e que se concentra dentro da mesma sonoridade exposta  no primeiro álbum do LCD Soundsystem ou na curta discografia do The Rapture.

Mesmo nos momentos de maior “calmaria”, como em Love In The Dark ou na faixa que nomeia o álbum, o cuidado com que Bechtolt constroi as composições é revelado de forma surpreendente. Enquanto na primeira o ritmo foca em um tipo de som quase sombrio (lembrando o The Knife em alguns momentos), a segunda ganha contornos quase místicos, com os vocais de Evans se derramando sobre as texturas coloridas de sintetizadores que delimitam a faixa. Entretanto é nas músicas puramente dançantes que o álbum revela todo seu potencial, apresentando o YACHT que tanto gostamos.

O que não faltam são canções propensas às pistas de dança. Holly Roller, Beam Me Up, a extensa Tripped an Fell In Love, Paradise Engineering, além da tríade de abertura são algumas das composições em que ficar parado se revela em um erro sem limites. Talvez anunciar o duo de Portland como prováveis substitutos do mestre James Murphy ainda seja algo excessivamente precipitado, entretanto, a vivacidade com que as músicas são construídas, somado ao ilimitado uso de instrumentos explorados dentro do disco acabam revelando fortes candidatos nessa intensa guerra das pistas que acaba de iniciar.

 

Shangri-la (2011)

 

Nota: 8.0
Para quem gosta de: LCD Soundsystem, The Rapture e Holy Ghost!
Ouça: Dystopia

Jamie XX: "Far Nearer"

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Em cada novo trabalho que lança, Jamie XX acaba se revelando como um dos artistas mais interessantes e completos da crescente cena eletrônica londrina. Seguindo os passos deixados pelo Burial, o jovem produtor – também integrante do The XX – faz de Far Neer, seu recente single, um dos trabalhos mais criativos ligados ao dubstap, superando um bom número de álbuns “conceituais” lançados até agora. Gerando um trabalho climático e peculiar por seus detalhes, o britânico mostra que a recente parceria com o falecido Gil Scott-Heron no álbum We’re New Here (2011) ainda é algo pequeno próximo do que o músico é capaz de criar. Com duas faixas (o “Lado B” vem com Beat For), Smith fez não apenas suas melhores composições até agora, mas duas das faixas mais interessantes do ano.

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Jamie XX – Far Nearer

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Jamie XX – Beat For